Wagner Machado Júnior voava desde 1989 e morreu após avião cair no distrito de Luzimangues. Além dele, o presidente do time do Palmas e mais quatro jogadores não resistiram. Piloto Wagner Machado Júnior morreu aos 59 anos em acidente aéreo
Arquivo pessoal
O piloto Wagner Machado Júnior, que morreu junto com integrantes do time do Palmas, após a queda de um avião em janeiro de 2021, voava desde 1989. Um amigo dele informou que o profissional era cuidadoso e houve situações em que ele optou por não decolar por causa do mau tempo. As informações constam no relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O Cenipa é responsável por investigar as causas dos acidentes aeronáuticos do Brasil. No relatório, finalizado no dia 30 de março, o órgão diz que o excesso de peso pode ter provocado a queda da aeronave. Foi concluído que o avião pode ter decolado com cerca de 300 kg a mais que o indicado pelo fabricante.
No relatório, o Cenipa também destaca outros trechos de depoimentos de amigos do piloto. Eles disseram que Wagner tinha um bom relacionamento com a família e apresentava descontentamento com a remuneração obtida com a atividade aérea. Um amigo afirmou que Wagner pensava em parar de voar.
Além dele, morreram no acidente: o presidente do clube, Lucas Meira, e quatro atletas do time: o goleiro Ranule, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o zagueiro Noé e o atacante Marcus Molinari.
Vítimas do acidente aéreo que levava parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas, do topo esquerdo, em sentido horário: o atacante Marcus Molinari, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o empresário Lucas Meira, o piloto Wagner Machado, o goleiro Ranule e o zagueiro Guilherme Noé
XV de Jaú/Divulgação; Caldense/Divulgação; Reprodução
LEIA MAIS:
Vídeo mostra avião que levava parte do time do Palmas pegando fogo logo após cair
Veja quem são as vítimas do acidente com o avião que levava integrantes do Palmas
Acidente aéreo com a delegação do Palmas completa dois anos sem conclusão das investigações
Tragédia com o avião do Palmas completa um ano; investigação sobre acidente ainda não foi concluída
Excesso de peso pode ter causado queda do avião que matou piloto e cinco integrantes do Palmas, aponta relatório
Excesso de Peso
De acordo com o relatório do Cenipa, o avião não teria conseguido pegar altitude por causa do excesso de peso e caiu a 150 metros da cabeceira da pista. Os tanques de combustíveis localizados nas asas teriam colidido de forma simultânea no solo, o que provocou as chamas que consumiram toda a estrutura.
A investigação começou a analisar possíveis problemas na aeronave, e foi observado que “os motores e hélices apresentavam indícios de que estariam operando normalmente no momento em que ocorreu o impacto”, segundo trecho do relatório. Testemunhas também relataram que a princípio a decolagem não teve anormalidades, como barulhos ou fumaça.
Investigadores da Força Aérea durante análise de destroços
Ciopaer/Divulgação
Também foi apurada a condição psicológica do piloto Wagner Machado Júnior, e foi apurado que ele era um profissional cuidadoso e criterioso com as condições de voo. No dia do acidente, ele realizou todos os procedimentos de rotina que preparam a aeronave para o trajeto.
Excluindo esses fatores, a Comissão de Investigação passou a analisar a situação do peso e balanceamento da aeronave. Levando em consideração o peso do avião, possível posicionamento das bagagens, peso da tripulação e passageiros e até a disposição dos ocupantes nas fileiras, foi concluído que o avião pode ter decolado com cerca de 300 kg a mais que o indicado pelo fabricante.
O acidente
Avião pegou fogo logo após cair em Porto Nacional
Corpo de Bombeiros/Divulgação
A queda do avião foi logo após a decolagem no dia 24 de janeiro da pista da Associação Tocantinense de Aviação, no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional. A delegação seguia para Goiânia, onde a equipe enfrentaria o Vila Nova pela Copa Verde.
Os relatos das testemunhas indicam que o choque com o solo foi segundos após a tentativa de levantar voo e que logo em seguida houve duas explosões.
O avião que caiu é um bimotor modelo Baron, de prefixo PTLYG. O site da fabricante do avião, a Beechcraft, indica que este tipo de aeronave pode transportar no máximo seis pessoas por voo.
A mesma aeronave tinha sofrido danos substanciais em 2014 após um acidente em um aeródromo de Brasília. Na época, o relatório da Aeronáutica concluiu que o piloto se esqueceu de acionar o trem de pouso no momento da aterrisagem.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
![](https://classigrandelago.com.br/wp-content/uploads/2022/02/cropped-classipress-featured-image.jpg)