Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,04%, cotada a R$ 5,4120. Já o principal índice de ações da bolsa teve alta de 0,09%, aos 127.218 pontos. Dólar
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O dólar abriu em queda nesta quinta-feira (11). Investidores repercutem a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados, na véspera, além de continuarem atentos a eventuais sinais sobre os juros brasileiros, após dados recentes de inflação.
No exterior, após novas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos últimos dois dias, o mercado monitora quais os próximos passos da instituição da condução da política monetária dos Estados Unidos.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h01, o dólar operava em queda de 0,17%, cotado em R$ 5,4039. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4120.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,91% na semana;
recuo de 3,16% no mês;
alta de 11,53% no ano.
Ibovespa
Já as negociações no Ibovespa começam apenas a partir das 10h.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,75% na semana;
ganhos de 2,67% no mês;
perdas de 5,19% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos investidores se voltam para a aprovação do primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária na Câmara dos Deputados na noite de ontem. A votação teve 336 votos a favor e 142 contrários. O texto ainda vai para o Senado.
É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma escalonada nos próximos anos, e todos seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Depois de votar o texto-base, os deputados analisaram os chamados destaques — sugestões de alteração no texto.
O principal destaque em discussão nesta etapa era a tributação zero da carne bovina e do frango, que foi aprovada. Antes, as proteínas animais estavam sujeitas a uma redução de 60%. O tema era uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o mercado segue atento a possíveis desdobramentos nos debates sobre a reforma tributária brasileira.
Na agenda, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter registrado uma alta de 0,21% em junho, em desaceleração em comparação ao mês anterior, segundo informações divulgadas na véspera, a mira dos investidores hoje deve ficar com os novos dados de vendas no comércio varejista em maio.
O anúncio recente de um novo aumento de preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras feito pela Petrobras, que entrou em vigor na terça-feira, também segue no radar.
Já no exterior, o grande destaque do dia fica com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano.
A estimativa é que o indicador aponte uma alta de 0,1% para o índice cheio de junho, o que pode reforçar as perspectivas do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) dê início ao ciclo de cortes de juros em setembro.
Nesta semana, o presidente da instituição, Jerome Powell, já havia afirmado que a inflação do país “permanece acima” da meta de 2% do Fed, mas tem melhorado nos últimos meses. Ele acrescentou que novos dados positivos fortaleceriam o argumento para cortes na taxa de juros.
“Mais dados bons fortaleceriam nossa confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%”, disse Powell.
Ter uma inflação em direção à meta é um dos requisitos para a flexibilização da política monetária. Powell também comparou a falta de progresso nos primeiros meses do ano com a melhora recente nos dados. Na prática, o cenário mais positivo ajudou a construir uma base de confiança de que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir.
Além disso, ele observou que o Fed agora está preocupado com os riscos para o mercado de trabalho e para a economia caso as taxas permaneçam altas durante muito tempo. “Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell.
O presidente do Fed afirmou ainda que o mercado de trabalho parece estar “totalmente de volta ao equilíbrio”, observando que “à medida que fazemos mais progressos na inflação e o mercado de trabalho permanece forte”, os cortes nas taxas de juros farão sentido em algum momento.
Os comentários de Powell podem reforçar as expectativas de mudanças na declaração de política monetária a ser divulgada após a reunião do Fed de 30 a 31 de julho, que pode abrir a porta para um corte nas taxas em setembro. A probabilidade de corte em setembro agora está precificada em cerca de 70% no mercado.