Apesar das notícias deste sábado (29), o representante das Nações Unidas deu um sinal de esperança. Segundo ele, os dois lados concordam que o conflito não pode continuar e, agora, estariam mais abertos a negociações. Facções quebram cessar-fogo no Sudão
Milhares de pessoas continuam a fugir do Sudão, onde as duas facções que disputam o poder desrespeitaram um cessar-fogo neste sábado (29).
O terceiro país mais populoso da África, no Leste do continente, entrou na terceira semana de guerra civil. A fumaça escura no céu indicava que o cessar-fogo, mediado por potências estrangeiras, foi para o espaço. A trégua deveria terminar à meia-noite deste domingo (30), mas ataques aéreos, de tanques e de artilharia abalaram a capital, Cartum.
Desde o dia 15, o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido disputam o poder. O Ministério da Saúde contabiliza mais de 500 mortes. A ONU teme que o número seja consideravelmente mais alto.
Apesar das notícias deste sábado (29), o representante das Nações Unidas no Sudão deu um sinal de esperança. Segundo ele, os dois lados concordam que o conflito não pode continuar e, agora, estariam mais abertos a negociações.
Nesta sexta-feira (28), o chefe da ONU para os direitos humanos cobrou o fim imediato das hostilidades – especialmente em áreas residenciais.
Em uma conferência no Quênia, o ex-primeiro-ministro sudanês Abdalla Hamdok alertou que o mundo pode enfrentar um pesadelo pior do que as guerras na Síria e na Líbia.
Dezenas de milhares de pessoas já fugiram para países vizinhos. Um avião dos Emirados Árabes, com 128 pessoas, pousou em Abu Dhabi.
“Teve fogo nas ruas, nas casas, nos carros. Sem comida, água e energia, os combatentes começaram a invadir casas”, relatou um sudanês.
Os Estados Unidos retiraram 300 americanos em ônibus protegidos por drones armados. O grupo vai seguir de navio para a Arábia Saudita.
Sem ter a quem recorrer, sudaneses fogem por conta própria. A história de Zamzam, de 23 anos, e seu filho agora com 13 dias é dramática.
“Fiquei com muito medo e tivemos que sair às pressas depois que eu dei à luz. Fiquei sozinha enquanto todo mundo fugia”, contou a jovem mãe, que percorreu uma trilha de 30 quilômetros e agora cuida do bebê num campo de refugiados no vizinho Chade.
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