Projeto foi realizado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e deve acontecer em outros estados do Brasil. Objetivo é retomar a vida e a autoestima delas ao superar as marcas físicas. Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), em Goiânia
Wildes Barbosa/O Popular
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) realiza um projeto em que mulheres que ficaram com cicatrizes após violência doméstica passam por cirurgias reparadoras de graça e fazem ensaio fotográfico em Goiás. Ao todo, 20 mulheres participaram do projeto inédito que tem o objetivo de retomar a vida e a autoestima delas ao superar as marcas físicas.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
“A gente não pode mudar o que aconteceu, mas a gente pode mudar o presente. Que a minha história sirva de inspiração para outras mulheres tomarem coragem e romper esse laço com esse agressor. Hoje eu consigo contar a minha história sem chorar. Isso para mim é liberdade”, disse um das vítimas, Daiana Novo.
Daiana Novo, vítima de violência doméstica, participa de ensaio fotográfico em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Globo
A Priscila saiu de Planaltina de Goiás, onde mora, para Goiânia. Ela passou pelo primeiro procedimento com os médicos para tentar diminuir as cicatrizes provocadas pelo ex-marido.
Priscila é uma das 20 mulheres que fazem parte do projeto inédito no judiciário brasileiro. O Fantástico acompanhou as histórias desde outubro do ano passado. Juízes das varas de violência doméstica, em Goiás, encontraram os casos mais graves.
LEIA TAMBÉM
ASSISTA: Mulher é agredida com socos e tapas no meio da rua pelo companheiro, diz polícia
Homem é preso suspeito de agredir a mulher na frente dos filhos após ela conseguir se trancar em banheiro e ligar para polícia
Polícia liberta mulher que era mantida em cárcere e agredida pelo ex, em Goianira
As mulheres foram encaminhadas para uma avaliação com cirurgiões plásticos. Todos os atendimentos são de graça e custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Algumas mulheres chegaram a passar sete horas na sala de cirurgia. São reconstruções no nariz, boca e retirada de marcas provocadas por facas e queimaduras feitas pelos ex-companheiros.
Além da cirurgias, as mulheres ganham uma sessão de fotos para resgatar a autoestima.
“Minha autoestima está lá em cima. Foi um dia de modelo, que é um sonho meu. Eu acho que todas as mulheres devem passar por um dia de beleza, de autoconhecimento e se valorizar, e se amar, do jeito que quiser ser. É um projeto muito bom, para mim é um recomeço e é muito importante”, disse uma das mulheres que participou do ensaio.
Em breve, o projeto também vai estar em outros estados para transformar a vida de milhares de mulheres brasileiras.
Segundo a organização do projeto, a iniciativa merece ser replicada em todos os outros estados, porque ajuda a devolver a dignidade da mulher vítima de violência.
O objetivo do projeto é possibilitar que a mulher retome a sua vida, superando as marcas físicas que a fazem lembrar, todos os dias, que estão ali como testemunha da agressão que ela já viveu.
Segundo um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no primeiro semestre do ano passado, 699 mulheres foram assassinadas no país. A média é de um feminicídio a cada seis horas. Por dia, nesse período, outras 230 mil mulheres foram agredidas.
Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
![](https://classigrandelago.com.br/wp-content/uploads/2022/02/cropped-classipress-featured-image.jpg)