Segundo o presidente americano, soldados estão realizando ataques aéreos neste sábado (15) contra as bases terroristas. Trump
Reuters/Kevin Lamarque
Donald Trump anunciou neste sábado (15) que ordenou uma operação militar dos Estados Unidos contra rebeldes Houthis no Iêmen. Segundo o presidente, os soldados americanos já estão realizando ataques aéreos contra as bases terroristas.
“Nossos bravos combatentes estão agora realizando ataques aéreos contra as bases terroristas, líderes e defesas de mísseis para proteger os ativos marítimos, aéreos e navais americanos e para restaurar a liberdade de navegação”, escreveu Trump em sua rede social.
Trump disse que os Houthis “travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos”.
“Já faz mais de um ano que um navio comercial com bandeira dos EUA navegou com segurança pelo Canal de Suez, Mar Vermelho ou Golfo de Áden”, afirmou.
De acordo com o presidente americano, “os Houthis sufocaram a navegação em uma das mais importantes hidrovias do mundo, paralisando vastas faixas do comércio global e atacando o princípio fundamental da liberdade de navegação do qual o comércio internacional depende”.
Quem são os Houthis?
Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.
A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.
Entenda quem são os rebeldes Houthis
Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito
A guerra do Iêmen começou em 2014, quando os Houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.
Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
A guerra no Iêmen foi classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. As mais afetadas são as crianças: cerca de 11 milhões delas vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda, segundo as Nações Unidas.
Esta reportagem está em atualização.
